Um projeto de resgate intelectual através da cultura

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filosofia grega

Sócrates

Universalmente reverenciado como fundador da filosofia ocidental, menos atenção se deu ao longo da história à dimensão magnânima da biografia do homem Sócrates. Filho de artista e soldado indomável, lutou e compreendeu a Guerra do Peloponeso com liderança e virtude. Vivenciou a degeneração da democracia ateniense e entregou a própria vida em defesa do livre pensamento ameaçado pela tirania do Estado sustentada pelas ideologias sofistas. O Poder de Atenas não perdurou, mas o legado da alma grega narrada por Homero e vivida em Sócrates transcendeu filosofias e culturas desde o mundo romano à atualidade. 

Platão

Discípulo mais proeminente de Sócrates, fundou a Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Sua Teoria das Formas ou Realismo formulou uma explicação completa das relações entre a esfera material e imaterial da existência humana e a função correta tanto dos sentidos como do intelecto no conhecimento das coisas. Com isso, demonstrou que era possível ter conhecimento objetivo, e não mera opinião sobre esse quadro metafísico, incluindo implicações na moralidade. Os diálogos platônicos eram a porta de entrada para sua filosofia, feitos principalmente em linguagem poética e não doutrinária. Deste modo, as conclusões filosóficas de Platão devem ser extraídas a partir de símbolos, os quais permitem proliferar em diversas intuições decorrentes desse tipo de discurso.      

Aristóteles

Natural de Estagira na Trácia, filho de Nicômaco (amigo e médico do rei Amintas III da Macedônia, pai de Filipe II); foi aluno de Platão na Academia de Atenas por vinte anos até a morte do mestre. Por convite de Filipe, mudou-se para a Macedônia para tutelar o então príncipe Alexandre, o Grande. Foi o desenvolvimento lógico das ideias de Aristóteles – os conceitos de atualidade e potencialidade; forma e matéria, e a Teoria das Quatro Causas - que forneceu o mais poderoso e sistemático fundamento intelectual para as ciências, a política e a teologia em geral da história. Ao retornar à Atenas fundou sua Escola, o Liceu, onde os membros realizaram pesquisas em uma ampla gama de assuntos, os quais eram de interesse do próprio Aristóteles: botânica, biologia, lógica, música, matemática, astronomia, medicina, cosmologia, física, história da filosofia, metafísica, psicologia, ética, teologia, retórica, história política, do governo e da teoria política e as artes. O maior filósofo de todas as eras.

Cultura medieval

Santo Agostinho

Doutor da Igreja! Foi quem primeiro deu uma orientação filosófica e teológica mais profunda ao gênio da Igreja ocidental. Sob sua influência, o cristianismo tornou-se uma força dinâmica moral e social, e com esse espírito, inspirou a Igreja ocidental na idade da escuridão e da anarquia que se seguiu à queda do império romano. Em sua obra prima Confissões, Agostinho narra de forma primorosa sua longa jornada de uma vida pagã e hedonista no norte da África onde nasceu até a conversão ao catolicismo sob a influência de Santo Ambrósio em Milão. No ano de 386, depois de ouvir a história da vida de Santo Antão por Ponticiano, Agostinho se converteu. A conversão foi incitada por uma voz infantil que ele ouviu pedindo-lhe para "tomar e ler", o que ele entendeu ser um comando divino para abrir a Bíblia e ler a primeira coisa que encontrasse. Abriu o Livro na Epístola aos Romanos num trecho conhecido como "transformação dos crentes", no qual Paulo delineia como o Evangelho transforma os crentes e seu comportamento: “Andemos honestamente como de dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não vos preocupeis com a carne para não excitardes as suas cobiças.” (Romanos 13:13-14) A “Cidade de Deus” espiritual, conforme concebida na outra obra prima literária de Agostinho, estava intimamente ligada ao segmento da Igreja que aderiu ao conceito da Trindade como postulado pelo Concílio de Niceia e pelo Concílio de Constantinopla.

Tomás de Aquino

O Doutor Angélico nasceu em 1225 no reino da Sicília, no sul da Itália. Ainda no curso primário com os monges da vizinha cidade de Monte Cassino, Tomás já dava mostras de uma inteligência fora do comum. Com 15 anos, bateu às portas da Ordem dos Dominicanos, os quais criticavam a vida monástica tradicional em favor de uma prática de pregação e ensino cristão. Em 1245 resolveu ingressar na Universidade de Paris, um dos grandes centros de estudos teológicos da Idade Média. Depois de quatro anos, virou professor, e, após sete anos lecionando e meditando, começou a elaborar sua doutrina cristã que mais tarde seria aceita pela Igreja e conhecida como “Tomismo”. As Cinco Vias de Santo Tomás de Aquino, expostas em sua monumental obra Suma Teológica, representam o ápice de um sistema racional metafísico conhecido como realismo escolástico (combinação da versão aristotélica de realismo à ideia de Agostinho de que as formas existem na mente divina), tornando-se por consequência, seus argumentos mais famosos pela existência de Deus.  

Sobre mim

Alexandre Castanheira

Sou Alexandre Castanheira, 45 anos, mineiro, nascido e crescido em Belo Horizonte, batizado e casado na Igreja Católica, forjado na cultura. Foi na busca de melhorar minha compreensão geral sobre os pilares culturais da nossa civilização ocidental que me deparei com a Suma Contra os Gentios de Santo Tomás de Aquino em 2017. Desde então reconciliei-me com o catolicismo e, ante a descoberta de uma imensa bibliografia que jamais me fora apresentada, consolidei uma antiga desconfiança que toda narrativa histórica que nos é imposta desde a escola fundamental não passa de grosseira falsificação.